Sistema de Zonas
O olho humano é capaz de enxergar uma gama enorme de variações tonais, conseguimos distinguir a olho nu a menor variação de tons. Porém quando se trata de filmes fotográficos temos representados apenas uma pequena fração dessa gama, e em relação aos sensores eletrônicos atuais, essa latitude de tons é ainda menor.
Foi buscando representar nas cópias a mesma gama de tons que enxergamos que Ansel Adams junto de Fred Archer desenvolveu o Sistema de Zonas, que é um método fotográfico para mensurar os tons presentes numa cena, dividindo o por zonas.
Vindo de uma formação musical, Adams quis criar uma nomenclatura para a luz, tornando o ato de visualização de uma cena mais fácil, alcançando assim resultados mais próximos ao que enxergamos, e possibilitando o ato criativo em termos de controle tonal. Com base no espectro do filme (que é linear), elaborou uma escala com 10 diferentes tons (zonas) que vão do preto ao branco em suas totalidades, e a cada zona atribuiu uma definição de como ela deveria parecer na cópia.
Zona | Tons | Observações |
0 | -5.0 | Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro. |
I | -4.0 | Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0. |
II | -3.0 | Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas. |
III | -2.0 | Primeiro tom de cinza escuro. |
IV | -1.0 | Cinza Intermediário. |
V | 0 | Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%. |
VI | +1.0 | Cinza claro. |
VII | +2.0 | Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas |
VIII | +3.0 | Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas. |
IX | +4.0 | Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro. |
A maioria dos objetos reflete 18% da luz que recebem, temos então essa média como base dos fotômetros e como o ponto mediano de onde partimos no sistema de zonas. Analisando uma cena determinamos o que é importante nela e como queremos retratá-la (em qual zona). Utilizamos o fotômetro para medir esse ponto importante e então a partir da exposição recomendada (que apontara para cinza médio) compensamos a exposição abrindo ou fechando pontos para chegarmos até a zona pretendida. Com isso possuímos controle sobre a textura nas altas e baixas luzes irá se comportar, e ajustamos os tons a nossa criatividade.
É preciso esclarecer que, apesar da teoria ser um pouco complicada, a sua aplicação é fácil e a maioria dos fotógrafos a utiliza mesmo não tendo conhecimento. Utilizamos o sistema de zonas não só na exposição, mas como também na revelação e ampliação do filme.